A PREVENÇÃO NÃO É O FORTE DOS PORTUGUESES: UM TERÇO DAS CRIANÇAS TEM EXCESSO DE PESO
Portugal faz parte de 12 países da União Europeia que, através da Plataforma contra a Obesidade, (Direcção Geral de Saúde) realizou um inquérito sobre obesidade infantil.
Da amostra fazem parte 3847 crianças do 1º ciclo e abrange um universo de 185 escolas de todo o país. Decorreu entre Janeiro e Junho de 2008.
Este Estudo Nacional de Obesidade Infantil mostra que 30% das nossas crianças são obesas. Segundo uma das autoras deste estudo, dentro de 2 anos, este inquérito será repetido e então “poderemos confirmar se estamos ou não perante uma epidemia”.
Segundo Ana Rito, “O primeiro passo, que foi fazer perceber que a obesidade é uma doença, já foi dado”, “cabe às escolas e aos profissionais de saúde intervir junto das famílias”.
Há anos que os professores têm vindo a denunciar “as lojas” que têm aberto por esse país fora próximas das escolas e que vendem todo o tipo de guloseimas e fast food.
Por outro lado, também há anos, que os bares das escolas já deveriam ter deixado de vender o mesmo tipo de produtos. Mas, os bares davam lucro…lucro é dinheiro.
Há anos que os Médicos de Família sabem que os hábitos alimentares dos seus utentes foram alterados para pior, começando pela sopa, que foi abolida ou quase, para dar lugar a toda uma gama de papas Nestum e quejandos.
Entretanto, não é só a alimentação que está em causa na obesidade das crianças.
Por que não dizer que as crianças não se mexem? Por que não dizer o nº de horas que passam em frente aos écrans, sejam eles a televisão ou o computador? As televisões nos quartos das crianças, aqui há meia dúzia de anos, já era considerado, pelos pais, um simples electrodoméstico no quarto , agora terão, presumo eu, também o computador.
Continuo a insistir que “investigação sem acção” não dá frutos. Continuo a insistir que vivemos, cada um, dentro da sua capela ou quintal e se pudermos construir muros altos a separar os quintais, tanto melhor. Não mostrava o estudo sobre os valores dos Portugueses, apresentado no Jornal o Público de ontem, que os Portugueses estavam muito mais individualistas?
Eu designaria este primeiro passo (muito bem intencionado) da Direcção Geral de Saúde por “Percebemos que a obesidade é uma doença” e, agora, quais serão os passos seguintes?
Após estes desabafos, ficarei mais tranquila, nomeando as principais consequências da obesidade nas crianças: diabetes e hipertensão e, a tendência para adultos obesos.
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Julho 11, 2009 às 3:47 pm
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